domingo, 18 de dezembro de 2011

SUSTENTABILIDADE E GLOBALIZAÇÃO

SUSTENTABILIDADE E GLOBALIZAÇÃO

Dois vernáculos que nada tem de similaridade ou de causa e consequência. A globalização é um processo de expansão da atividade produtiva além das suas terras de origem, é um processo que invade outros territórios, enquanto que a sustentabilidade é um conceito que envolve responsabilidade e zelo e que se apresenta na atividade produtiva, porém, com ritmo e ações coadunando com o ritmo de reposição da natureza.

As atividades industriais sustentam-se na égide filosófica de Platão de que a natureza está para servir o homem, e sobre a égide da propriedade. Estas duas combinações sustentaram e justificaram muitas, ou quase todas, as ações explorativas do homem na busca insaciável do poder.

Não é científico afirmar que esta necessidade de poder é algo inato do homem. Não é científico porque homem e poder não são variáveis que se podem relacionar diretamente, mas apenas por evidências. Também não é importante aqui discutir a natureza humana, mas apenas e simplesmente fazer uso de exemplos da história.

O homem sempre afirmou-se como um “ser superior”, alguns considerando-se representante de Deus na terra, outros então, naturalmente “donos” da terra, eram os casos dos representantes da igreja e os reis. Estas pessoas eram poderosas e, por suas crenças de que efetivamente eram “propriétários”, podiam apropriar-se de tudo o que consideravam seu, inclusive de pessoas. Também faziam uso de seu poder para viver intensamente uma vida de orgias, acasalamento, mandos e desmandos.

Na natureza humana, talvez por questões culturais, a necessidade de apresentar poder é muito forte, e a tradução deste envolve explicitamente a posse e uso de bens. Este senso de propriedade persiste até os dias atuais e está refletido, principalmente, na acumulação de riqueza, em outros termos, acumulação de patrimônio, entendendo-se neste contexto os imóveis, dinheiro e outros capitais e, para obtê-los, o homem criou mecanismos associativos e de trabalho humano.

Todavia, um homem sozinho não consegue trabalhar em sua vida o tempo suficiente para acumular muita riqueza, então passou a fazer uso de recursos de terceiros e, por este entende-se bens da natureza, capital e humanos que , por sua vez, são aplicados em atividades produtivas que, ao final do processo, formam produtos que serão desejados por alguém, o qual irá pagar o valor por ele considerado “justo”.

Neste valor existe uma parcela de lucro e este fica então, com o seu criador, capitalizando-o, onde, após repetidas vezes, multiplicará seu patrimônio. A partir do agrupamento de várias pessoas com esta mesma concepção e atividade originou-se um sistema hoje conhecido por “sistema capitalista”. Não sendo suficiente mais as suas terras, ou por que tem que dividi-la com muitos, ou porque os recursos ficaram “caros” devido à demanda, ou porque estes recursos esgotaram-se, estas interveniências afetaram a lucratividade, assim, estas organizações passaram a fazer uso de novas terras onde os recursos não estão totalmente explorados e ainda encontram-se não inflacionados pela demanda. Este processo recebe o nome de globalização. Devido ao senso de “propriedade” que se apresenta muito fortemente na cultura das sociedades do ocidente, o processo de globalização é tipicamente ocidental.

Bem, o que isto tem a ver com a sustentabilidade? Nada! Não é bem assim, se a atividade industrial deseja manter sua continuidade, então precisa preocupar-se com o esgotamento dos recursos. Se nas terras ocidentais de origem os recursos já se esvaíram, então nas novas terras eles também irão esvair-se, é só questão de tempo. E depois, o que acontecerá?

Para que o sistema produtivo não entre em colapso, há necessidade de preocupar-se com este problema e de forma muito séria. Inicialmente precisa-se classificar “sustentabilidade” neste texto, entende-se esta por constituir-se de um conjunto de atividades de produção que fazem uso direto dos recursos naturais, capital e humano. Não se está utilizando o conceito de “sustentabilidade econômica” neste texto, por exemplo, pois esta refere-se à obtenção de lucro por uma organização para que esta possa capitalizar-se e manter sua continuidade.

Entende-se “sustentabilidade” como sendo a utilização dos recursos naturais no mesmo nível de reposição destes pela natureza. Assim, vê-se imediatamente que é difícil mudar um sistema produtivo construído sob a égide filosófica de que a natureza serve o homem. Para que o conceito de “sustentabilidade” possa realmente prevalecer, muito há o que mudar, o qual deverá ocorrer primeiro no homem para depois serem aplicados nas atividades realizadas pelo próprio homem. Muitos aspectos culturais deverão ser revisados e mudados, talvez até o foco de uma sociedade deverá mudar.

O fator “poder”, tão entranhado no homem, deverá receber novas concepções, deverá moderniza-se e adequar-se às novas noções ecológicas. Todos, de todas as sociedades deverão modificar alguns de seus aspectos culturais, em especial a necessidade de poder, de prazer, individualismo e solidariedade, de comunidade e propriedade, dentre outros.

A partir de novas concepções de alguns aspectos culturais, as atividades produtivas poderão tornar-se sustentáveis. Nem todas as atividades apresentam-se em condições de serem sustentáveis, exemplificando as explorações de minerais, fato este que as levará à sucumbência devido às novas ordens econômicas e sociais, enquanto que novas formas de atividades produtivas surgirão.

Por: Adelaide M. B.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Natureza, Sociedade e Globalização

NATUREZA, SOCIEDADE E GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um processo exclusivamente ocidental e caracteriza-se pela penetração de uma cultura em outra cultura, onde o foco da primeira é a exploração dos recursos naturais e humanos a serem utilizados na sua própria manutenção e sobrevivência.

Geralmente as sociedades invasoras apresentam traços culturais mais fortes nos aspectos “propriedade” e são focadas em tecnologia e conhecimento, o que as leva a serem extremamente guerreiras, altamente competitivas e dominantes.

Acompanhando a invasão vêm os traços culturais da sociedade dominante, surgindo então o processo de aculturamento da nação invadida, que se caracteriza por um processo “em marcha” de transferência de traços culturais. Neste processo, a sociedade invadida pode aceitar ou não as novas culturas. Havendo aceitação, a invasão acontece de forma pacífica, em não acontecendo e, em havendo imposição da sociedade invasora, esta se dará de forma forçada, conhecida por “guerra”. As guerras entre nações já não existem mais, como nos moldes da idade média, porém, algumas sociedades ainda a praticam.

Hodiernamente, as invasões acontecem no nível da tecnologia e atividades industriais com a devida aceitação do país invadido. Independente do “tipo” de invasão, todas tem uma única intenção, o domínio da nação invadida, parcial ou total, para exploração dos recursos naturais e humanos. Geralmente as nações invadidas apresentam traços culturais menos dominantes e foco não voltado à tecnologia e conhecimento, o que permite a fácil aceitação do processo de globalização.

A globalização não é totalmente perniciosa, desde que a riqueza gerada por ela seja reinvestida no próprio país invadido, porém, não é o que a realidade apresenta. Alguns traços culturais são introduzidos na sociedade invadida e, sabendo-se que cultura é algo que se aprende, então o país invadido sofrerá um processo de aculturamento. Se este processo for bem conduzido, o país submetido poderá beneficiar-se no que diz respeito à “renda per capita”, nível de instrução, acesso às tecnologias, melhora nos serviços de saúde e no conforto do lar. Porém, não havendo acompanhamento, a tendência é de aumento da pobreza na nação invadida.

Além das introduções já apresentadas, a globalização traz consigo outros traços culturais voltados à conduta social os quais podem ser aceitos ou não. Geralmente estas novas “condutas” quando apresentam características liberais são mais aceitas pela classe jovem e feminina, considerando que esta classe é a que compõe a maioria da população ativa, então o processo de invasão afeta definitivamente a cultura do país invadido, difundindo-se na sociedade.

A globalização ou a não globalização são processos que afetam a natureza de forma negativa, isto quer dizer que não é por causa destes processos que os recursos naturais vem apresentando traços de esgotamento. Não se pode culpá-la unicamente, o que se pode é responsabilizá-la pela rapidez com que este esgotamento vem acontecendo. Uma afirmação pode ser dita: a globalização acelera o processo de exploração dos recursos ambientais.

Não se pode afirmar, todavia, que a globalização é um processo unicamente do sistema capitalista, uma vez que todo e qualquer sistemas quer sobreviver e, se o mundo estivesse sob domínio de um outro sistema de exploração, o esgotamento dos recursos naturais e o uso inconseqüente dos recursos humanos dar-se-ia da mesma forma, poderia, entretanto, ocorrer de forma menos agressiva.

A quem então, poderíamos responsabilizar? Ao homem, nós, seres humanos que se dizem “inteligentes”. Somos construídos sob fortes condutas culturais, submeditos aos sistemas que nós mesmos criamos - religioso, familiar, de governo, capitalismo, socialismo, comunismo e todos os demais “ismos”, etc... São uma infinidade de sistemas que formam uma teia ao qual nós, simples seres humanos, estamos fixados, viciados, vidrados e cegos.

Precisamos mudar nossa forma de ver o mundo, precisamos aprender a dividir, compartilhar, a pensar no futuro de nossas sociedades. Globalização, natureza e sociedade formam uma tríade que pode apresentar equilíbrio de forças, ou então, pode apresentar desequilíbrios, fato este que traz conseqüências desastrosas para os seres humanos.

Por: Adelaide M. B.

---x---x---

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Crise ambiental: causas e soluções possíveis

CRISE AMBIENTAL: CAUSAS E SOLUÇÕES POSSÍVEIS

Poderia-se afirmar que a crise ambiental que atualmente assola o planeta tem sua origem no modelo capitalista de sistema produtivo, todavia, esta é uma afirmação um tanto quanto empírica. Muitos são os fatores que dão origem à crise ambiental, podendo-se citar o número de habitantes no planeta, a avidez pela apropriação de patrimônio e busca da riqueza, alguns aspectos culturais que podem ser considerados “não evoluídos”, e também a finitude dos recursos naturais.

A crise é, na verdade, conseqüência de ações antrópicas, as quais foram realizadas sem qualquer preocupação com a continuidade e/ou manutenção dos recursos naturais, sem qualquer preocupação com os efeitos na natureza e no homem. Esta forma de pensar e agir do homem, construiu-se e, principalmente sustentou-se pela filosófica de Platão, que afirmava que a “a natureza está para servir o homem”. Adicionando-se a esta égide, outras existiram, quais eram: a de que o homem é o representante de Deus aqui na terra e que, portanto, tem o poder da propriedade e do domínio, e a de que o homem é proprietário dos bens existentes no planeta.

Estas outras duas égides pertenciam aos representantes da igreja e aos reis, respectivamente, quanto aos demais homens, simples mortais, sobravam-lhes a aceitação da pobreza, da escravidão e da servidão.

Com estas concepções e com as revoluções ocorridas na agricultura, economia, tecnologia, em alguns aspectos culturais, os atos antrópicos foram ampliando-se passando também para as pessoas comuns. Assim, os conceitos de propriedade e riqueza, adicionado ao prazer do “poder”, disseminou-se para toda a população do planeta. Considerando que os recursos naturais são finitos e, considerando que a avidez do homem é infinita, não há compatibilidade entre estes dois elementos, fato este que leva inevitavelmente a um choque entre as necessidades humanas e o fornecimento de recursos pela natureza.

Compreendendo a origem da crise ambiental, pode-se descrevê-la como sendo um desequilíbrio entre a oferta de recursos pela natureza e a demanda destes recursos pelo homem para atender suas necessidades. Este desequilíbrio está representado no fornecimento de alimentos – vegetais, animais e peixe, na água doce disponível no planeta, na disponibilidade de terras cultiváveis, no desequilíbrio dos ecossistemas e, por fim, no aquecimento global. A crise ambiental afeta, também, a condição de vida das pessoas, ou seja, menos alimentos, ressurgimento de doenças consideradas erradicadas e aparecimento de novas doenças de natureza psíquicas e psico-sociais, tal como a depressão, por exemplo.

A crise ambiental esta presente em todos os elementos da natureza e pode, analiticamente, ser verificada no desmatamento de florestas, pela poluição das águas doces e marinhas, poluição esta composta de produtos químicos, orgânicos, lixo doméstico, de construção civil e industrial, pelas movimentações de terras provocadas por terraplenagens fazendo com que areias e outros materiais sólidos cheguem até os rios, lagos e mares, provocando assoreamento; Pelas construções de grandes cidades e conseqüente uso de cimento e asfalto; Na agricultura caracteriza-se pela monocultura, uso excessivo de água doce nas plantações, pelo uso de agrotóxicos e herbicidas; Na pecuária pelo desmatamento de florestas para abrir áreas de pastagens, pela fabricação de rações, pelo gás metano que os animais liberam; No setor produtivo apresenta-se a emissão de gases de efeito estufa e vapores d’água, de gases tóxicos e partículas sólidas no ar, além de outros resíduos que chegam ao solo e na água, e até mesmo a liberação de água aquecida das indústrias nos mananciais da região.

Todas estas ações antrópicas afetam dois elementos básicos da natureza: o clima e o ecossistema. Dos dois, o clima é o que traz maiores problemas em nível mundial uma vez que afeta todos os ecossistemas e o próprio homem, enquanto que o ecossistema pode trazer conseqüências locais apenas, mas pode afetar também em níveis maiores e até mundiais quanto estes ecossistemas forem os mares e as florestas tropicais. O número excessivo de habitantes no planeta também traz problemas ambientais, uma vez que aumentam a necessidade de alimentos, moradia, vestuário, medicamentos, etc...

Algumas possíveis soluções podem ser apresentadas, algumas de natureza tecnológica, outras mecânicas, todavia, estas são soluções paleativas. Elas dificilmente apresentam soluções efetivas porque necessitam vir acompanhadas de mudança cultural. O maior e mais importante caminho para efetivamente apresentar soluções está na mudança de cultura de uma sociedade.

Não é mais possível acreditar que “a natureza está para servir o homem”. Como é possível acreditar nesta afirmação se somos feitos dos mesmos elementos químicos e orgânicos que todos os elementos do planeta? Por que o homem insiste em ser diferente, em adaptar a natureza ao seu modo de vida?

Novas concepções culturais terão que ser construídas, sentimentos de coletividade terão que ser fortalecidos, consciência de que somos todos iguais orgânica e quimicamente, a aceitação do próximo como um ser humano igual a todos. Precisamos reduzir imediatamente o nível de consumo, de ostentação, de achar que um ser humano é superior ao outro, que a espécie humana é feita de raças diferentes sendo umas melhores do que a outra.

Pode-se afirmar, por outro lado, que a tecnologia está para facilitar a vida das pessoas, todavia, esta deve apresentar uma nova concepção de aplicação, a de solucionar os problemas que o próprio homem criou. Estas ações devem ser implantadas imediatamente e, paralelamente, há necessidade de se reconstruir alguns aspectos culturais, quem sabe até o foco de uma sociedade.

Por: Adelaide M.B.

---x----x---

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CUBOZOA

CUBOZOA: são Cnidários medusóides (medusa é a forma dominante e evidente), pelágicos, com sinos com quatro lados achatados. Margem do sino simples e portanto uma vela e quatro tentáculos ou grupos tentaculares. São encontrados tipicamente no oceano pacífico, em regiões tropicais neríticas. Alguns exemplares foram identificados em águas brasileiras.

São comumente chamadas de “vespas do mar” ou “caixa de geléias” por causa da sua forma e picadas severas.

São complexas em sua estrutura:
- apresentam tamanhos maiores que a maioria das hidromedusas;
- manúbrio mais altamente desenvolvido;
- mesogléia que contém células;
- estômago septado, ou pelo menos um estômago com filamentos grástricos;
- órgãos sensoriais desenvolvidos;
- as gônodas são gastrodérmicas e os ovos, eliminados através da boca, desenvolvem-se em larvas planulares;
- após sedimentação, as plânulas desenvolvem-se em pólipos, que se alimentam e podem reproduzir-se assexuadamente;
- algumas espécies de cubozoários, o estágio polipóide transforma-se diretamente em uma medusa jovem.

Outra característica especial dos cubozoários é serem dotados de visão. Estes animais têm 24 olhos agrupados em conjuntos de seis e dispostos nas quatro faces que compõem o sifão do cubozoário. Cada um destes conjuntos tem dois tipos de olhos: fossas que detectam a luz (semelhantes às observadas nos outros cnidários) e olhos propriamente ditos, extremamente complexos e com a mesma estrutura que o olho humano composto por lente, retina e córnea


ESQUELETO: Possui esqueleto hidrostático, que são limitados pela parede corporal. São endoesqueletos. O corpo é sustentado pela água ligeiramente pressurizada no interior. Propele-se por contração muscular – enche-se de água, expelindo-a em seguida por contração muscular das miofibrilas, fazendo com que se locomova no ambiente. Os esqueletos hidrostáticos são maleáveis, deformando-se quando estressados, e voltando à sua forma original quando removido o estresse.

CAVIDADE GASTROVASCULAR: A cavidade gastrovascular (celêntero) é revestida por uma camada denominada gastroderme, que se assemelha a um trato digestivo e une a epiderme à boca. No celêntero, quatro septos eqüidistantes dividem-no, especializando-se em um estômago central a partir do qual canais radiais se estendem até se unirem a um canal circular marginal. As margens livres dos septos possuem um agrupamento de fios finos, os filamentos gástricos, com a extremidade solta de cada filamento se estendendo livremente no estômago. Estes filamentos gástricos têm nematócitos e células glandulares enzimáticas, que subjugam a presa e auxiliam na digestão. Um ramo do celêntero se estende em cada tentáculo.

A alimentação pode iniciar ainda nos tentáculos quando a presa é então segura pelas cnidas que injetam enzimas proteolíticas na presa. Uma vez no celêntero, células glandulares enzimáticas da gastroderme liberam enzimas, em particular , proteases que digerem extracelularmente até atingir uma mistura de sucos e fragmentos.

A mistura circula ao longo do celêntero para ser absorvida por células epiteliomusculares, células germinativas e outras células gastrodérmicas. O término da digestão é intracelular

Fragmentos grandes de alimentos são fagocitados, onde os lipídios e carboidratos são quebrados, em seguida, são digeridos intercelularmente, o qual dura alguns dias.

A fase extracelular da digestão é frequentemente completada em algumas horas e é seguida por absorção da mistura pela gastroderme que dura 8 a 12 horas.

O celêntero é multifuncional com papeis na digestão extracelular, circulação, excreção, reprodução e suporte por esqueleto hidrostático.

Material não digerível é eliminado pela boca.

Observações: Os Cubozoa eram anteriormente considerados membros da classe Scyphozoa, mas a presença de uma vela, a possessão de um tipo de nematocisto (estenotele) encontrado somente nos hidrozoários,a falta de uma margem de sino chanfrada e de ropálios são consideradas evidências de que não estão relacionados proximamente aos outros cifozoários e que devem ser colocados dentro de um classe separada. (RUPPERT e BARNES, 6ª. Edição



REFERÊNCIA

ANIMALCINCO. Pbworks. Estrutura corpórea das medusas.
< http://animalcinco.pbworks.com/w/page/13086633/Estruturta-corp%C3%B3rea-das-medusas> Acessado em 12/05/2011, as 20:21 hrs.

CAIS DE GAIS. O namoro das alforrecas.
Acessado em 12/05/2011, as 18:07 hrs.

GEOCITIES. Classe Cubozoa. Acessado em 12/05/2011, as 19:32 hrs.

JENSEN, Johny (foto). Acessado em 12/05/2011, as 19:20 hrs.

MAZZATENTA, Andre.. Una medusa sconosciuta Ulisse.sissa. < Acessado em 12/05/2011, as 17:55 hrs.

RUPPERT, Edward E.; FOX, Richard. S.; BARNES, Robert D. Zoologia dos Invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. 7ª. Ed. São Paulo : Roca, 2005.

WERNER, Bernahrd; CUTRESS, Charles E.; STUDEBAKER, John P. Life Cycle of Tripedalia custophora Conant (Cubomedusae). Nature 232, pg. 583-583 (20 Augustu 1971). Acessado em 12/05/2011, as 17:20 hrs.

)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Coanoflagelado

Por: Adelaide

COANOFLAGELADOS

Reino: Protista
Sub-reino: Flagelados
Classe: Choanoflagellata
Família: Acanthoecidade

Características - pertencentes ao reino protista, possuem célula eucariótica, todos os orgânulos celulares e sua alimentação podem ser por absorção, ingestão ou fotossíntese. (Starter, pg. 318). No reino protista, pertencem ao filo dos Protozoários.

A classe dos coanoflagelados contém espécies muitas vezes incolor, de forma oval, possuem um único flagelo e este é rodeado na base por um colar composto por pseudópodes finos, formados por citoplasma. Muitas espécies estão envolvidas por uma carapaça de sílica compostos por hastes e tiras costal. (Throndsen, 1993 apud [1]); [3]. A maioria são sésseis, podendo apresentar pedúnculos, alguns formam colônias [3]. Uma fina envoltura envolve o corpo de certos gêneros, em outros existe a lórica [3]. Pertencentes ao nanoplanctons, são importantes pela ciclagem da matéria através da alça microbiana como herbívoros de bactérias autotróficas e heterotróficas do fitoplancton [4].

Reprodução - A maioria possui reprodução assexuada, por fição binária (Thomsen & Larsen, 1992 apud [1]).

Nutrição - A fagocitose é o modo aparente de nutrição (Laval, 1971; Leadbeater & Morton, 1974; Fenchel, 1982; Marchant, 1985; Sherr, 1988 apud [1]))Os alimentos ingeridos constituem-se, basicamente, por bactérias, algas nanoplanctônicas e detritos. [1].) Quando a atividade do flagelo por movimentos que criam uma corrente levando a bactérica em contato com o colar (do flagelo), estas passam gradualmente ao citoplasma pela porção bulbosa da célula, acabando nos vacúlos alimentares [3]; [4]. O flagelo está rodeado por um anel de tentáculos que serve como filtro de partículas de alimentos[4]. Os coanoflagelados também consomem partículas marinhas orgânicas de carbono, tornando-as disponíveis para os níveis mais altos da cadeia alimentar [4].

Os coanoflagelados na dinâmica trófica dos regimes aquáticos tem um papel de intermediário entre os produtores primários e do zooplâncton (Meyer & El-Sayed, 1983 apud [1]).

Distribuição geográfica - Os coanoflagelados encontram-se tanto em água doce quanto salgada, porém, tendem a localizar-se em águas claras [3].

ASPECTOS EVOLUTIVOS COM PORÍFERAS -
Entende-se que os aspectos evolutivos com poríferas podem ser identificados nas características morfológicas das células, ou seja, os coanoflagelados são unicelular, todavia podem viver em colônias, sendo algumas dessas sésseis, e sua alimentação dá-se por meio dos flagelos com conseqüente absorção do alimento. As esponjas apresentam as mesmas características, pois são sésseis, unicelular formando colônias, caracterizando-se como multicelular. Sua alimentação também se dá por meio dos flagelos que se encontram na extremidade da célula. As poríferas apresentam tubos e poros que permitem a passagem da água, fazendo com que os alimentos sejam por ali retidos.

Os coanoflagelados sésseis que se prendem por meio de um pedúnculo, parte de uma testa que tem uma forma aproximada de um vaso (figura 01) e estão compostos por bastões silicosos que são interconectados extracelularmente. Os indivíduos das formas planctônicas coloniais, como exemplo as espécies de Proterospongia são unidos por uma matriz extracelular gelatinosa (ou por seus colarinhos), podendo esta colônia adquirir a aparência de placa tendo todos os colarinhos e flagelos direcionados a partir do mesmo lado [8].

Neste sentido, os poríferos pertencem ao grupo dos protozoos, que formam colônias, são sésseis, alimentam-se pelos poros e por flagelos, idênticos aos coanoflagelados sésseis e que forma colônias.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1] Soto-Liebe, Kátia; Collantes, Gloria; Kuznar, Juan. New records of marine choanoflagellates off the Chilean coast. Investigaciones Marinas.
vol.35 no.2 Valparaíso Nov. 2007. Acessado em 26/03/2011, as 19:04 hrs.

[2] STORER, Tracy I.; USINGER, Robert L.; STEBBINS, Robert C.; NYBAKKEN,
James W. (s.l) - Omega. (sd)

[3] MARSHAL, J. A.; WILIANS, W.D. Zoologia dos Invertebrados. 7ª. Ed. Vol.1. Barcelona : Editorial Reverte, 1985. ISBN 84.291.1822.0. (p.41). Acessado em 26/03/2011, as 20:30 hrs.

[4] Marli BergeschI, 1; Clarisse OdebrechtI; Øjvind Moestrup.
Choanoflagelados Loricados da zona costeira do Atlântico Sul (~32 ºS)
incluindo a descrição de Diplotheca tricyclica sp. nov. Biota
Neotropica. vol.8 no.4 Campinas Oct./Dec. 2008. acessado em 26/03/2011, as 22:37 hrs

[5] GARCIA DO PRADO, Luiz Alberto. Neuroanatomia - Tomo I. 2ª. Ed. Porto Alegre : EDIPUCRS, 2006. < http://books.google.com.br> Acessado em 27/03/2011, as 10:06 hrs.

[6] LERNER, Cléa; MOTHES, Beatriz; CARRATO, João L. Novos registros e ampliação de limites meridionais de distribuição de poríferos (Porifera, Demospongiae) no Atlântico sudoeste. Revista Brasileira de Zoologia. Vol. 22, nr. 3. Curitiba – jul/set. 2005. Acessado em 27/03/2011, as 10:22 hrs

[7] MELÃO, M. G. G; ROCHA, O. Ocorrência, Mapeamento e Biomassa instantânea de Metania spinata (Carter, 1881), Porífera, Metaniiedae, na Lagoa Dourada (Brotas, SP, Brasil). Acta, Limnológica Brasiliensia, vol. 8, 1996, 65-74. Universidade Federal de São Carlos, Dpto de Hidrobiologia. São Carlos, SP, Brasil. Acessado em 27/03/2011, as 10:53 hrs.

[8] INFOESCOLA. Coanoflagelados. Acessado em 27/03/2011, as 11:04 hrs.

[9] ESACADEMIC. Coanoflagelados. Acessado em 27/03/2011, as 16:04 hrs.

terça-feira, 15 de março de 2011

Raia

Nome popular:  raia  - (Ou ARRAIA)
Filogenia:                    Filo:  Chordata   
Classe: Chondrichthyes
Sub-classe: Eslamobranquii
Ordem:  Rajiformes
Famílias: Dasyatidae, Gymnuridae, Mobulidae, Myliobatidae,  Narcinidade, Pristidade, Rajidade, Rhinobatidae, Rhinopteridade, Torpedinidade. [3];[4]; [11]
Espécies: Aetobatus narinari, Narcine brasiliensis, Dasyatis centroura, Gymnura micrura, rhinoptera bonasus, Potamotrygon motoro, dasyatis geijskesi, Potamotrygon histrix, Potamotrygon constellata, Potamotrygon scobina, Paratrygon aiereba, Potamotrygon orbignyi, Potamotrygon schroederi, Potamotrygon castexi, Potamotrygon leopoldi, Potamotrygon signata, Potamotrygon brachyura, Sympterygia bonapartii, Atlantoraia platana, Plesiotrygon iwamae, Potamotrygon ocellata. [5]
Morfologia: Geral: as rais são peixes achatados dorso-ventralmente com as nadadeiras peitorais bem desenvolvidas e ligadas à cabeça, formando um corpo com formato de disco. Seu esqueleto é cartilaginoso, seu corpo é coberto por escamas placóides, sua boca localiza-se ventralmente, apresentam espiráculos para o processo respiratório, não possuem bexiga natatória, apresentam cinco pares ventrais de fendas branquiais, possuem fendas nasais ventrais. Algumas espécies possuem nadadeira caudal, todavia, no geral elas são ausentes, não apresentam nadadeira anal e suas nadadeiras peitorais são ligadas à cabeça e sem definições [11].
Szpilmann (2000 web 2011, pg. 27) apresenta as principais medidas e estruturas das raias (Fig. 01):

            Figura 01 – Principais medidas e estruturas das raias.
            Fonte: Szpilmann (2000, web 2011, pg. 27).

Morfologia de algumas principais espécies segundo Szpilmann (2000 pg. 116 a 119 e 122 e 123 – web 2011):  
- Narcine brasiliensis: (Treme-treme, Raia-elétrica) - dorso acinzentado com manchas marrom-escuras alongadas e ventre branco. Cabeças e nadadeiras dorsais fundidas. Pélvicas situadas na frente das duas dorsais. Possuem um órgão reprodutor de eletricidade em cada lado dos discos. Apresentam máximo de 54cm de largura e 5 kg. Os filhotes nascem com aproximadamente 10 cm de largura;
- Aetobatus narinari: (Raia-jamanta) - dorso cinza ou marrom-acinzentado com diversas pintas brancas, amarelas ou azuis, com formatos diversos. Ventre branco. Corpo losangular e largo com a cabeça bem pronunciada e o focinho projetado, formando um rostro achatado, olhos e espiráculos nas laterais da cabeça, dentes largos e achatados formando uma série simples. Peitorais grandes, triangulares e pontuadas. Pequena dorsal entre as pélvicas. Cauda longa e afilada com um a cinco aguilhões em sua base. Nadadeira caudal ausente. Pele lisa. Medem um máximo de 8,8 m de comprimento total, 3 m de largura e 227 kg. Seus filhotes nascem com 15 a 40 cm de largura;
- Rhinoptera bonasus: (Ticonha,  Raia-focinho-de-vaca) – dorso castanho-escuro apresentando tonalidade mais escura na cabeça, ventre branco. Corpo losangular e largo com a cabeça grande e pronunciada. O focinho apresenta uma grande depressão, tornando-o bilobado. Olhos apresentam-se nas laterais de cabeça. Dentes largos e achatados em forma de placas em ambos os maxilares. Peitos triangulares, grandes e pontudos. Cauda longa e afilada, com um a 5 aguilhões na base. Nadadeira caudal ausente. Pele lisa. Dorsal única situada na base da cauda entre as pélvicas;
- Manta birostris -  (Jamanta) – Dorso preto ou marrom-escuro. Corpo losangular e largo com um par de projeções carnosas flexíveis na cabeça (nadadeiras cefálicas). A boca está situada entre estas projeções. Peitorais triangulares e muito grandes. Apresentam uma nadadeira dorsal. Cauda relativamente curta e sem espinhos. Máximo de 5 m de comprimento total, 8 m de largura e 3 toneladas. Os filhotes nascem com 1 m de largura e pesam 15 kg;
- Rhinobathus percellens – (Viola) – Dorso marrom com pintas esbranquiçadas e ventre pardo-esbranquiçado. Corpo com formato de cunha, focinho pontudo e cauda grossa e alongada. Olhos grandes, dispostos no alto da cabeça junto com os espiráculos. Apresentam fortes espinhos dispostos em toda sua linha dorsal mediana. Nesta mesma linha, nas regiões mediana e posterior da cauda apresentam-se as nadadeiras dorsais. Nadadeira caudal bem desenvolvida. Máximo de 1,5 m de comprimento e12 kg. Os filhotes nascem com 15 cm de comprimento;
- Atlantoraja castelnaui – (Raia-chita) – Dorso marrom-alaranjado com diversas manchas negras. Ventre branco. Corpo losangular com a cabeça arredondada, não muito destacada e focinho pontudo bem pronunciado. Apresenta uma fileira longitudinal de espinhos no dorso, da nuca até a cauda. Cauda não muito longa, apresentando duas dorsais em sua extremidade, ausência de espinhos na base e nadadeiras dorsais bem pequenas. Máximo de 1,5 m de comprimento e 30 kg. Seus filhotes nascem com 15 cm de comprimento.

Chave para identificação visual das famílias das raias segundo Szpilmann (2000 pg. 46, web 2011), no Brasil: A raias da família Pristidade apresentam cauda grossa e alongada, com duas dorsais medianas e nadadeira caudal bem desenvolvida. Família Rhinobatidae apresenta focinho prolongado em forma de cunha; Torpedinidae e Narcinidae apresentam corpo em forma de disco; Rajidade apresentam cauda grossa e alongada, com duas dorsais em posição terminal, e ausência de nadadeira caudal; Gymnuridade apresentam cauda fina e relativamente curta; Myliobatidade, Rhinopteridade, Mobulidae e Dasyatidae apresentam cauda fina e longa.
Habitat: marinho, água-doce e estuarinas salobras. Vivem em regiões do talude continental, superficiais oceânicas, costeiras, rasas e até as mais profundas do oceano. Nadam sempre no fundo ou próximo à superfície. Existem famílias de raia Potamotrygonidae, endêmicas da América do Sul, que vivem exclusivamente em ambientes dulcícola [8].

Alimentação: são carnívoras, porém, algumas espécies apresentam uma alimentação bem variada, incluindo presas plantônicas, baleias e até outros elasmobrânquios. Ingerem também, crustáceos e moluscos bivalves bentônicos e até peixes [8], e de pequenos animais, como: vermes, caramujos e camarões. As táticas alimentares incluem emboscada, aproximação furtiva (espreita) e atração. Podem utilizar a prática do abalroamento, sugar, morder, filtrar, ou até mesmo uma combinação destas táticas. Atividades de forrageamento podem ser executadas por indivíduos solitários ou em grupos, todavia, não existem comprovações de cooperação entre indivíduos elasmobrânquios. As raias de águas interiores (Potamotrygonidae) alimentam-se de insetos aquáticos, peixes, crustáceos e moluscos [8].

Reprodução: Possui fecundação interna. A família Rajidade é ovípora e deposita seus ovos no ambiente, onde eles se desenvolvem e rompem. Esta família apresenta pico de postura no verão. Seus ovos são membranoso e retangulares possuindo prolongamento em cada vértice que servem para fixá-los ao substrato [9]; [11]. As demais famílias são ovovivíparas [11]. As fêmeas possuem útero, ovário e glândula nidamental, e os machos possuem testículos, glândulas clasper, espinhos, clasper e vesícula seminal [11].

Curiosidades: As raias (ou arraias) são K-estrategistas, ou seja, possuem crescimento lento, amadurecimento sexual tardio, período longo de vida, baixa fecundidade, mortalidade natura e uma estreita relação entre o número de jovens produzido e do tamanho da biomassa de reprodução [9].   A espécie Rioraja agassizi é endêmica do sudoeste da América do Sul no oceano Atlantico [10].

Nomes comum das variedades regionais no Brasil: arraia; raia; Jamanta, Diabo-do-mar, Morcego-do-mar, Peixe-diabo, Raia-jamanta, Diavolo-di-mare (na Itália); Treme-treme, Raia-elétrica, Temblador de mar (na Espanha); Raia-pintada, Narinari, Papagaio, Pintada, Raia-chita, Raia-leopardo, Ratão-Leopardo (em Portugal); Ticonha, Raia-focinho-de-vaca, Raia-sapo, Cara-de-vaca (em Cuba);  Viola, Guitarra, Viola-do-golfo (em Portugal), Raia-chita [1]; [11];  


Imagens:


REFERÊNCIA
[1] HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro : Objetiva, 2001 (pg. 2658)
[2] FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. Ed. – Rio de Janeiro : Nota Fronteira.  (pg. 1641)
 [3] IHERING, Rodolpho Von. Dicionário dos animais do Brasil. Rio de Janeiro : DIFEL, 2002. (pg. 478).
[4] BARBOSA, Jose Milton. NASCIMENTO, Chirleide Marcelino do. SISTEMATIZAÇÃO DE NOMES VULGARES DE PEIXES COMERCIAIS DO BRASIL: 2. ESPÉCIES MARINHAS. <http://ppg.revistas.uema.br/index.php/REPESCA/article/viewFile/100/100>. Acessado em 03/03/2011, as 18:43 hrs.
 [5]  FishBase. versão (11/2010/).  A Global Information System on Fishes. <http://www.fishbase.org/ComNames/CommonNameSearchList.php?CommonName=Arraia>. Acessado em 06/03/2011, as 19:39 hrs.
[6] COSTA, Luciano;  CHAVES, Paulo de Tarso da Cunha. Elasmobrânquios capturados pela pesca artesanal na costa sul do Paraná e norte de Santa Catarina, Brasil. Biota Neotropica, On-line version , vol.6 no.3 Campinas  2006.  <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-06032006000300007&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acessado em 06/03/2011, as 20:58 hrs.
[7] FishBase. <http://www.fishbase.org/Summary/OrdersSummary.php?order=Rajiformes>. Acessado em 06/03/2011, as 21:36 hrs.
 [8] AGUIAR, Aline Augusto. VALENTINI, Jean Louis. Biologia e Ecologia Alimentar de Elasmobrânquios (Chondrichthyes: Elasmobranchii): uma revisão dos métodos e do estado da arte no Brasil. Oecologia Australis, 14(2): 464-489, jun/ 2010. dói: 10.4257/oeco.2010.1402.09. <http://www.oecologiaaustralis.org/ojs/index.php/oa/article/viewFile/oeco.2010.1402.09/420>  Acessado em 06/03/2011, as 22:18 hrs.
[9] Stevens J. D.; Bonfil R.; Dulvy, N. K.;  Walker, P. A.. The effects of fishing on sharks, rays, and chimaeras (chondrichthyans), and the implications for marine ecosystems. ICES Journal of Marine Science, 57: 476–494. 2000  doi:10.1006/jmsc.2000.0724, available online at http://www.idealibrary.com  <http://icesjms.oxfordjournals.org/content/57/3/476.full.pdf>. Acessado em 07/03/2011
[10] ODDONE, MARÍA CRISTINA;  AMORIM, ALBERTO F.; MANCINI, PATRICIA L.; NORBIS, WALTER; VELASCO, GONZALO. The reproductive biology and cycle of Rioraja agassizi (Müller and Henle, 1841) (Chondrichthyes: Rajidae) southeastern Brazil, SW Atlantic Ocean. SCIENTIA MARINA 71(3) September 2007, 593-604, Barcelona (Spain) ISSN: 0214-8358. <http://scientiamarina.revistas.csic.es/index.php/scientiamarina/article/view/215/212>. Acessado em 07/03/2011, as 23:26 hrs.
[11] SZPILMANN, Marcelo. Peixes Marinhos do Brasil: guia prático de identificação.- Rio de Janeiro : M. Szpilmann, 2000. ISBN 85-900691-2-5. http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=QFxPltbITXcC&oi=fnd&pg=PA15&dq=familias+das+raias&ots=FCv51drs0G&sig=aJCKSVzY5KmLRoewaShMeC1u1W8#v=onepage&q&f=false.  Acessado em 08/03/2011, as 09:43 hrs.




quinta-feira, 3 de março de 2011

Tainha


Nome popular:  tainha
Taxonomia [3]:           Filo: CORDATA
Subfilo: CRANIATA
Classe:  Actinopterygii,
Subclasse: Neopterygii
Divisão: Teleostei
Ordem:  (48) Mugiliformes
Sub-ordem:  não apresenta
Famílias: Mugilidae

Morfologia: Peixes da família Mugilidae são abundantes em todo o oceano Atlântico. O gênero Mugil Lisa pode chegar a 1m de comprimento, apresenta corpo fusiforme e robusto, dorso verde-azulado e ventre claro com estrias escuras loingitudinais, nadadeiras pélvicas pálidas e base da peitoral com uma mancha negra [5]. Suas nadadeiras dorsal e anal são livres de escamas [6]. O gênero M. platanus pode chegar até 90 cm. De comprimento, seu dorso é verde-escruo, flancos e ventre prateados com estrias lingitudinais cinzentas [5].  
Habitat: águas marinhas tropicais e subtropicais, regiões costeiras estuarinas e lagunares (Menezes & Figueiredo 1985 apud [1]) [2]. Vive no oceano Atlântico, habita tanto litoral de todo o Brasil como nos Estados Unidos e Europa [7].

Alimentação: são herbívoros, alimentando-se também de detritos e matéria orgânica (Parejo 1991 apud [1]) 

Reprodução: O período de reprodução para a espécie M. platanus é de junho a outubro, na região estuarino-lagunar de Cananéia (SP) [4].


Curiosidades: São conhecidas sete espécies do gênero Mugil na costa brasileira: M. liza, M. curema, M. gaimardianus, M. incilis, M. curvidens, M. trichodon e M. platanus  (Menezes & Figueiredo 1985 apud [1]). São conhecidos no Brasil  como tainhas e paratis na região Sudeste e Sul e tainhas e curimãs no Norte e Nordeste [2]. Para a identificação das espécies são utilizados os caracteres externos, sendo estes o padrão de colorido, o número de séries laterais de escamas, o grau de escamação da segunda nadadeira dorsal e da nadadeira anal e o número de raios da nadadeira anal [2]. A espécie M. Platanus é considerada a maior de todas, podendo atingir até1 metro de comprimento, com até 7 kilos de peso [7].


Nomes comum das variedades regionais no Brasil: tainha-barbuda, tainha-de-rio, tainha-verdadeira. Tainha-de-corso, tainha-seca, tainhota, tainhota-voadeira. [5]; [6].


Imagens:


REFERÊNCIA

[1]  OKAMOTO, Marcelo Hideo. SAMPAIO, Luis Andre. MAÇADA, Armindo de Pinho. EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE O CRESCIMENTO E A SOBREVIVÊNCIA  DE JUVENIS DA TAINHA Mugil platanus. Fundação Universidade Federal do Rio Grande – FURG – Departamento de Oceanografia – Laboratório de Maricultura. Atlântica, Rio Grande, 28(1): 61-66, 2006  . http://www.lei.furg.br/atlantica/vol28/Numero1/ATL07.PDF Acessado em 01/03/2011, as 09:56 hrs

[2] MENEZES, Naércio Aquino. Guia prático para conhecimento e identificação das tainhas e paratis (pisces, Mugilidae) do litoral brasileiro. Revista Brasileira de Zoologia. [online]. 1983, vol.2, n.1, pp. 1-12. ISSN 0101-8175. http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v2n1/v2n1a01.pdf>       Acessado em 01/03/2010, as 10:26 hrs

[3] NELSON, Joseph S. Fishes of the world. 4th ed.  Library of congress Cataloging-in-Publication (pg. 456, 457, 458)

[4] Andrade-talmelli, Elaine Fender de. ROMAGOS,  Elisabeth. NARAHAR, Massuka Yamane. GODINHO, Heloisa Maria. Características Reprodutivas de tainha Mugil platanus (Tleostei, perciformes, mugilidade), da região estuarino-laguna de Cananéia, São Paulo. Revista Ceres 43 (246):165-185. 1996. <http://www.ceres.ufv.br/CERES/revistas/V43N246P01796.pdf >  Acessado em 01/03/2011, as 11:05 hrs.

[5] HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro : Objetiva, 2001 (pg. 2658)

[6] FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. Ed. – Rio de Janeiro : Nota Fronteira.  (pg. 1641)

 [7] IHERING, Rodolpho Von. Dicionário dos animais do Brasil. Rio de Janeiro : DIFEL, 2002. (pg. 478).

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Baiacu

AUTORIA:  Adelaide

Nome popular:  Baiacu
Taxonomia:    Filo: CORDATA
Subfilo: CRANIATA
Classe:  Actinopterygii,
Subclasse: Neopterygii
Divisão: Teleostei
Ordem:  Tetraodontiformes
Sub-ordem:  Tetraodontoidei
Famílias: Tetraodontidae e Diodontidae

Morfologia: corpo coberto por escamas, placas ósseas ou espinhos ósseos curtos muitas vezes confinados (família: Tetraodontidae), outros possuem espinhos bem desenvolvidos e afiados (familia: Diodontidade). A família Tetraodontidade possui quatro dentes fundidos na mandíbula enquanto que a família Diodontidade possui 02 dentes fundidos na mandíbula. As nadadeiras dorsal e anal possuem de 7 a 18 raios, e a caudal possui 10 raios principais e raios não procurentes, moderadamente arredondadas. Costelas e epineural são ausentes Possuem esqueleto ósseo.  Algumas espécies podem chegar a 2 kilos.

Habitat: marinho, em águas salobras e doce, geralmente substratos lodosos e arenosos. Habitam o Atlântico, Índico e Pacífico, em ambientes tropical e subtropical. Algumas espécies ocorrem somente em água doce (ex: Cariontetraodon, Chonerhinos, Tetraodon)

Alimentação: organismos bentônicos – moluscos, crustáceos e algas.

Reprodução: As fêmeas liberam os folículos ovarianos os quais possuem alta concentração de tetraodotoxina na membrana vitelina, estimulando a liberação de espermatozóides pelos machos. O processo reprodutivo acontece no período de setembro a janeiro de cada ano.

Curiosidades: possui corpo inflável, fazendo a barriga inflar em situações de perigo, quando estão fora da água ou então para boiar, ingerindo água ou ar. Em algumas espécies, os espinhos ficam eretos somente quando o corpo é inflado. Nas vísceras, especialmente fígado e baço, concentra-se o veneno tetraodotoxina, da mesma forma a pele também armazena esta toxina. Estes peixes não possuem o veneno nos músculos. Algumas espécies, na época da desova, apresentam uma concentração maior desta toxina em suas gônodas, que age como um ferormonio feminino, atraindo os machos. Estas toxinas também podem ter aplicações medicinais, podendo ser utilizadas como sedativo respiratório e alívio de dores originadas de diversas doenças. 

Nomes comum das variedades regionais no Brasil: baiacu-ará; baiacu-arara; baiacu-areia; baiacu-bolsa; baiacu-bubu; baiacu-caixão; baiacu-cofre; baiacu-de-água-doce; baiacu-de-espinho; baiacu-dondom; baiacu-graviola; baiacu-guaiama; baiacu-guaima; baiacu-guará; baiacu-guarajuba; baiacuguima; baiacu-liso; baiacu-mirim; baiacuru; baiacuaçu; baiacu-panela; baiacu-pinima; baiacu-pininga; baiacu-pintado; baiacuru; baiacu-sem-espinhos; baiacu-de-chifre; baiacu-de-espinho-pintado; baiacu-fofo; baiacu-franguinho; baiacu-gorajuba;


Imagens:


REFERÊNCIA

FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. Ed. – Curitiba : Positivo, 2004.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro : Objetiva, 2001 (pg. 378, 379 e 2712)
MARTINS-JURAS, Ilídia da Ascenção Garrido. JURAS, Anastacio Afonso. MENEZES, Naércio Aquino. Relação Preliminar dos Peixes da Ilha de São Luiz, Maranhão,Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. S. Paulo. 4(2) : 105-113, 3. Viu, 1987.
NELSON, Joseph S. Fishes of the world. 4th ed.  Library of congress Cataloging-in-Publication (pg. 456, 457, 458)

ROCHA, Claudia; FAVARO, Luís F.  and  SPACH, Henry L.. Biologia reprodutiva de Sphoeroides testudineus (Linnaeus) (Pisces, Osteichthyes, Tetraodontidae) da gamboa do Baguaçu, Baía de Paranaguá, Paraná, Brasil. Revista Brasileira Zoologia [online]. 2002, vol.19, n.1, pp. 57-63. ISSN 0101-8175.
< http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v19n1/v19n1a03.pdf>. Acessado em 23/02/2011, as 22:17 hrs.

SCHULTZ, Yart Damasceno; FAVARO, Luís Fernando  and  SPACH, Henry Louis. Aspectos reprodutivos de Sphoeroides greeleyi (Gilbert), Pisces, Osteichthyes, Tetraodontidae, da gamboa do Baguaçu, Baia De Paranaguá, Paraná, Brasil. Rev. Bras. Zool. [online]. 2002, vol.19, n.1, pp. 65-76. ISSN 0101-8175.
ROTUNDO, Mateus Ricardo. Síntese histórica sobre a pesquisa em Baiacus (Tetraodontiformes: Tetraodontidae-Diodontidade) entre os séculos XIX e XX. Revista Ceciliana, ISSN 1517-6363, Nº. 27, 2007, pags. 69-78. <http://74.125.155.132/scholar?q=cache:zT77VM_AL6wJ:scholar.google.com/+Diodontidae&hl=pt-BR&as_sdt=0,5.> Acessado em 24/02/2011, as 22:31 hrs.
SANTANA NETO, Pedro de Lima et al.  Envenenamento fatal por baiacu (Tetrodontidae): relato de um caso em criança. Revista Sociedade Brasileira de Medicina. Trop. vol.43 no.1 Uberaba Jan./Feb. 2010. <http://www.scielo.br/scielo.php > Acessado em 24/02/2011, as 23:08 hrs.